A negação me consome

Eu sou a vela assoprada.

Nos dias normais eu tento buscar sossego, pois, a tristeza do não alcançar o desejado, me faz sentir perdedor. Eu não poderia estar de outra forma, se não esta, esta… de negação. O aceitar torna-se impossível, e este foda-se que as pessoas conseguem acionar, não funciona comigo. Eu me preocupo, e ao mesmo tempo me escondo da verdade do que sou. Por mais que possa parecer uma escolha que fiz, não é. Eu não tive a oportunidade de cuidar melhor, pois não conseguia ter a noção do que poderia acontecer. Foi assim na escola também, eu não tive a noção da falta que me faria, ter os olhos mais fixados no quadro e professor. Me fodi. Perdi dois anos.

Estou sendo consumido. O alimento para urubus está à mesa. Loucura total, dizer estas palavras. Mas, não se conhece nem um pouco do que é ser louco, quando se têm o conhecimento de minha realidade, talvez… talvez, possa entender um bocado. O complexo que existe em todos esses anos, por motivo dessa falha, está anexada em todos os textos que fiz. Nessa década, eu me li sofrendo. O que eu escrevia, automaticamente era sobre a falha, sobre o que eu não faço para mudar. E por algum motivo eu tenho a certeza de que seria visível de alguma forma, caso eu resolva essa falha, pois dentro de James, existe muito mais do que o especial. Eu sou a vela assoprada e quando apagada a luz, a energia não vem, desta forma a coragem é muda, e eu… eu fico na inércia, chorando. Provavelmente isso já foi dito, porém não seria exagero repetir… Por muito tempo se espera um milagre, até se perceber que o milagre só existe quando você o faz.

Quem é James? Qual o seu valor?

Sinceramente eu me pergunto se irei ter este valor um dia, tendo em vista claro, o mundo em que vivemos, pois, não há como sair. Eu quero vida, eu quero esperança, e espero que as pessoas se orgulhem de mim. Mas, enquanto eu negar; enquanto eu bloquear esta saída, eu não irei mudar. Escrevo devido a esta falha, ela foi o meu quarto escuro de criatividade, onde eu, sozinho, percebi as pessoas e suas atitudes. Consegui olhar para as pessoas de uma forma diferente, tendo como objetivo a busca. Do que é aquela pessoa, o que ela vale…

Eu me perguntei, e me pergunto muito. Deveria também perguntar as pessoas, porém como citado, eu fui assoprado. Destino? Não! Não existe no meu mundo. Todas essas teorias do mundo de cima, não cabem no meu mundo; em minha identidade pessoa.

– De novo… a música.

Radiohead – Let Down.

Essa banda tem o costume de fazer isso, ela me acolhe, e me “criativisa”.

Quando espanto. Estou escrevendo de novo. A memória pesa, pois, lembrar do que está em mim é desmotivador. Eu preciso de uma saída de urgência. A válvula de escape, ESCREVER, não está sendo suficiente, ler tristeza é apagar futuro.

Vocês não imaginam do quão é ruim quando encontro algo ou alguém que se encaixaria perfeitamente no que sou, mas, lembrar do que sou em parte, não deixa a esperança de estar feliz, viver… e nem por um minuto. E novamente me pergunto: irei viver assim até quando?

ATÉ QUANDO VOU OUVIR E NEM SE QUER IREI dar MEU PALPITE.

Que modestamente, seria melhor em alguns casos.

Agora outra música.

Forget it – Breaking Benjamin.

Outra banda que adora me oferecer uns socos. A música é reveladora. Os sentimentos que você pensa, ou imagina não ter, são revelados na primeira frase. Os Riffs marcantes lhe oferece um selinho na consciência. Eu não sou uma pessoa perfeita, e pra ser sincero, ninguém é. Porém, sabemos que da pra ser melhor a cada dia. A perfeição é um conto meu amigo, não tente chegar lá. O que pode parecer perfeito, é personalidade, identidade… assuma sua! Estar melhor seria como gostaria de estar. Mas esquecer é algo difícil para mim. A única coisa que não esqueço é o PORÉM, ou seja, a desculpa. Perceba ao longo do texto varias.

Mais uma música… Creep – Radiohead, realmente eu sou o suco dentro desse copo. Foi feita designada para as pessoas do quarto escuro de criatividade; foi feita para quem tem vontade de correr, correr e correr. Foi direcionada, para os que complicam. E é dito: Eu não pertenço a este lugar.

Eu tenho o sonho de ser mais, e poder oferecer a todas as pessoas ao meu redor, um carinho que nunca dei, por motivo de não conseguir lidar com estes problemas. As vezes eu exagero com minha família, e grito de um hora pra outra. É algo que me frusta minutos depois, e eu me sinto muito mal com isso. Estou cansado de maquiagem. Essa coisa não funciona para todas as pessoas.

É isso que acontece quando não se tem mais para onde ir… o balão estoura. Sempre deve existir este fim, este limite. Estou perto do meu, é o que espero. O fim das lástimas e o nascimento do que é viver.

– Tenho dezenove anos de idade, e ainda não vivi.

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